Vicente, P. (2024). A inteligência Artificial, as ciências sociais e humanas. In Caderno Beira Primavera 2024. Observatório de Ideias Contemporâneas Azeredo Perdigão. Edições Esgotadas.
Rui Alexandre Grácio [2025]
"Em seguida, apresentaremos o conceito de imaginários sociotécnicos, que se tornam relevantes no contexto da Quarta Revolução Industrial, e como aqueles influenciam a perceção e a integração da Inteligência Artificial (I.A.) nas nossas sociedades.” p. 43
«Podemos estender a I.A. em três camadas cumulativas e complementares: a primeira, enquanto domínio científico e de investigação fundamental; a segunda, enquanto esfera de desenvolvimento tecnológico e de investigação aplicada, e, por fim enquanto capacidade computacional narrada como atributo antropomórfico (ex “a aprendizagem das máquinas”).» p. 44
“(…) assim, há que reconhecer que a tecnologia, incluindo a I.A. é parte constituinte da cultura, não uma espécie invasora”. (p. 45)
"Os imaginários sociotécnicos residem num “reservatório de normas e discursos, metáforas e significados culturais” e projetam “visões do que é bom, desejável e digno de ser alcançado por uma comunidade política (…)”. (p. 47)
“ (…) os agentes económicos e financeiros têm vindo protagonizar o imaginário sociotécnico dominante, às implicações em contraste com as vozes ligadas sociais e políticas”. (p. 48)
“não se trata tanto de estudar os objetos técnicos, mas a tecnicidade desses de relações sociais, objetos como instância geradora psicológicas, estéticas, éticas, entre outras”. (p. 50)
"Poderemos propor até que o estudo sobre a mediação algorítmica estabelece uma relação direta com o conceito de domesticação das tecnologias e dos media proposto na década de 1990, por Roger Silverstone, em torno da Televisão e da sua presença na vida quotidiana”. (p. 54)
"O nosso tempo corresponde a um momento-chave para que as Ciências Sociais e Humanas alavanquem todo o seu legado intelectual, não temendo a construção de relações com domínios como as Ciências da Computação, antes afirmando uma Terceira Cultura, em favor do diálogo, da legitimidade propriedade do seu contributo.” (p. 57)
Última atualização em 20 de agosto de 2025