Big%20Data

Sadin, Éric (2016). La Silicolonisation du Monde. Éditions de L'Échappée.

Big%20Data

Sadin, É. (2018). La Silicolonización Del Mundo. La irresistible expansión del liberalismo digital. Caja Negra Editora.

Recensão

António Pernas [2024]

Vivemos numa era caraterizada pela transmutação digital, onde as raias entre o físico e o virtual se dissolvem cada vez mais. Em La Silicolonización del Mundo, Éric Sadin produz uma análise crítica e profunda sobre como a hegemonia tecnológica, principalmente a que ocorre a partir de Silicon Valley, está reestruturando as nossas vidas, sociedades e até mesmo a alma, o núcleo, o espírito do ser humano. Queremos ou não estar enredados nessa nova ordem mundial tecnológica? Como regular a I. A.? (Vicente, 2023, p. 99).
Silicon Valley não é apenas o “terraço” central da inovação tecnológica, mas tornou-se o centro de um novo paradigma cultural e económico que se dissemina globalmente. As gigantes tecnológicas, com as suas plataformas e algoritmos, passaram a ter um impacto sem ocorrências prévias sobre a maneira como interagimos, trabalhamos e pensamos. Sadin alega que essa posição dominante não é neutra; ela vem repleta de ideologias que privilegiam a eficácia, a maximização e o controlo sobre valores humanos imprescindíveis. Além do mais, Sadin assevera que “a ambição da indústria da vida é libertar-se de todos os limites, lançando um ataque à psique humana com a ajuda de programas de interpretação emocional através da análise das frequências vocais e da expressão de rostos” (2018, pp. 150–151).
Uma das grandes inquietações abordadas em La Silicolonización del Mundo é a perda da liberdade individual. As tecnologias que prometem viabilizar as nossas vidas acabam por controlar, determinar e manipular as nossas decisões. Os dados que produzimos diariamente são compilados e investigados para criar perfis minuciosos, permitindo que as empresas antecipem os nossos comportamentos e manobrem as nossas escolhas. Esse cenário levanta questões éticas sobre privacidade e liberdade, desafiando a ideia de que somos seres livres e independentes.
Sadin também contesta a comercialização crescente de todos os detalhes da vida humana. Desde as nossas interfaces sociais até às nossas emoções e pensamentos, tudo pode ser convertido em dados e, consequentemente, em produtos comercializáveis. Essa tendência não se limita apenas a alterar os estímulos económicos, mas também reinicializa o que dá origem ao ser humano. A lógica do mercado apodera-se de alçadas da vida que antes eram protegidas do mercantilismo, colocando em risco valores primordiais como a intimidade e a legitimidade.
Outro ponto capital da obra é o retirar da máscara a uma hipotética imparcialidade tecnológica. Sadin sustenta que as tecnologias não são instrumentos imparciais; elas suportam em si os propósitos e os valores daqueles que as concebem. A tecnologia é um espelho das perceções do universo dos engenheiros e empresários de Silicon Valley, que frequentemente observam o mundo através de um óculo tecnocrático e utilitarista. Essa panorâmica descura as problemáticas e matizes das experiências humanas, instituindo uma argumentação elementar e reducionista à vida social.
Perante tal cenário, La Silicolonización del Mundo apela a uma resistência atenta. É indispensável interrogar e espicaçar o poder desconforme das grandes empresas tecnológicas e procurar outras soluções que promovam a dignidade humana e a justiça social. A resistência inicia-se com a educação e a sensibilização, mas necessita de ser ampliada para desempenhos coletivos onde as massas populares exerçam pressão suficiente para a instauração de normas e regras mais rigorosas e por práticas mais éticas e humanas da tecnologia.
La Silicolonización del Mundo é como um toque de alvorada envolto num clamor de alerta sobre as faíscas de uma sociedade em polvorosa e dominada pela lógica tecnológica de Silicon Valley. É um chamamento ao pensamento crítico sobre a rota que estamos adotando e uma convocação a movimentos, atividades, intervenções, afinal, para preservar o que nos torna humanos. Necessitamos de estar vigilantes e determinados na defesa das nossas liberdades, privacidades e valores primordiais, assegurando que a tecnologia sirva à humanidade, e não o oposto.
Sadin ao objetar que a “silicolonização”, ou seja, a transmutação do mundo ao serviço das congruências e lucros de Silicon Valley, plasma as nossas interfaces sociais, políticas e económicas de modo radical e muitas vezes pernicioso.
Sadin conclui que é indispensável compreender e interrogar essa silicolonização, promovendo uma reflexão crítica e uma resistência ativa contra o império das grandes companhias tecnológicas. Estamos perante uma obra que tenta chamar a atenção para uma ação empenhada que possa reformular as analogias entre tecnologia, sociedade e ética, num mundo onde “a regulação do universo digital é um desafio grande” (Silva, 2024, p. 133). Estaremos todos à altura de o enfrentar?


Referências Bibliográficas
Sadin, É. (2018). La Silicolonización Del Mundo -La irresistible expansión del liberalismo digital. Caja Negra Editora.
Silva, J. P. da. (2024). Direitos fundamentais para o universo digital. Fundação Francisco Manuel dos Santos.
Vicente, P. (2023). Os algoritmos e nós. Fundação Francisco Manuel dos Santos.

Recensão

Uma recensão feita por Camille Corond, Mandy Laclautre, Julio Ramanankatsoina, Mélanie Gazel e disponível em https://www.isic-mastercom.fr/wp-content/uploads/2019/02/La-siliconisation-du-monde.pdf

LA SILICON VALLEY : UN ELDORADO UTOPIQUE

Pour commencer, Éric Sadin retrace l’histoire des différents moments de la Silicon Valley en les déclinant en cinq étapes fondamentales. La première période débute à la fin des années 30 et fait référence au complexe « militaro-industriel ». En effet, cette période définit l’esprit de la Silicon Valley, qui est de valoriser l’initiative entrepreneuriale et fixe ses principes fondateurs basés sur la haute technologie, l’excellence universitaire et sur les partenariats entre l’industrie, l’électronique et le domaine militaire.

Dans un second temps, vers la fin des années 60, San Francisco devient le lieu de mouvements d’émancipation individuelle. C’est à cette période que la seconde Silicon Valley voit le jour, notamment grâce aux initiatives de Bill Gates (Microsoft), Steve Jobs et Steve Wozniak (Apple). Cette deuxième période s’oppose totalement à la première Silicon Valley et rejette son modèle pyramidal rigide. De plus, l'avènement de l’informatique personnelle est considéré comme un moyen favorisant l’autonomie individuelle et l’émancipation sociale et politique. La seconde Silicon Valley repose sur la créativité, la liberté et le relationnel. En effet, à cette époque émerge la “cyberculture”, phénomène permettant de développer la créativité et les échanges grâce au début des machines informatiques.

La 3 ème étape de la Silicon Valley correspond quant à elle à la « net-economy ». Cette période a pour ambition principale de créer un nouveau modèle industriel qui repose sur une économie tirant profit d’Internet. Cependant, à cette époque la société n’arrive pas à saisir les limites et les frontières de ce nouveau modèle. Toutefois, malgré cette absence de cadre, ce paradigme possède certaines perspectives commerciales. C’est notamment dans ce contexte incertain mais pleins d’opportunités que sont nés les premiers moteurs de recherche Yahoo et Google, et le premier site de commerce en ligne, Amazon.

La quatrième étape de la Silicon Valley est définie par « l’économie de la connaissance ». Ce concept émerge après les attentats du 11 Septembre 2001 qui ont eu lieu aux EtatsUnis. Après cet évènement, le gouvernement américain a dû faire face à une pression sécuritaire importante et pousse alors les agences de renseignement à intercepter et collecter la quasi-totalité des données à caractère personnel circulant sur les réseaux ou stockées sur des disques durs afin de détecter tout profil menaçant. De plus, l’ensemble de ces données à caractère personnel constituent également un avantage à hautes valeurs commerciales pour les entreprises. En effet, ces dernières peuvent désormais avoir accès à une large base de données utiles à leur enrichissement, leur profit.

Enfin, pour finir, en cette fin de deuxième décennie du XXI ème siècle, une cinquième Silicon Valley apparaît, le « Global Silicon Dream » (le rêve global siliconien). Cette dernière a pour but de faire adopter à un maximum d’entreprises, le modèle industrialo-économique actuel de la Silicon Valley. L’esprit de la Silicon Valley se propage alors sur tous les continents, touchant les plus grandes villes. L’auteur avance que cette 5 ème Silicon Valley est caractérisée par un double débordement (géographique et technique) engendrant respectivement une double conquête : celle du Monde et de la Vie.

À travers cet ouvrage, Éric Sadin démontre les dangers que comporte le « tout numérique ». Selon lui, depuis quelques années, l'industrie du numérique s'est engagée dans une conquête intégrale de la vie. Cette industrie entend façonner une grande partie de la société, s’étendant de notre intimité domestique au monde du travail, en passant notamment par l'organisation urbaine, l'éducation, ou bien encore le domaine de la santé ; et cela grâce au développement continu de l’intelligence artificielle entrainant la création de différents objets connectés, ayant originellement pour but d’œuvrer pour le bien de l’humanité.

Éric Sadin s’oppose ouvertement à cette “industrie de la vie” ayant pour seul ambition de tirer profit du moindre de nos gestes. Il introduit notamment les notions de “technolibertarisme” et de “technopouvoir” faisant référence au modèle industriel de la Silicon Valley et des start-ups actuelles. En effet, il considère que ces entités font preuve d’une volonté de toute puissance et d’un désir d’enrichissement perpétuel, rendu possible par l’omniprésence d’une séduction et d’une manipulation de masse qui entraîne progressivement un dessaisissement du pouvoir de décision et du libre arbitre chez les consommateurs.

Enfin, Éric Sadin revient sur le passé fondateur et la vision idéalisée voire utopique de la Silicon Valley, qui lui a notamment permis de coloniser notre monde actuel. Il exprime également la nécessité de s’opposer à ce mouvement avant qu’il ne soit encore plus présent dans notre quotidien.

“C’est aussi cela l’esprit de la Silicon Valley, organiser le monde en fonction d’intérêts propres, tout en laissant croire que nous n’avons jamais connu une période historique aussi “cool”, “collaborative” et “créative”’.

LE TECHNOLIBERTARISME : QUAND LA TECHNOLOGIE BOULEVERSE L’INDUSTRIE DE LA VIE

L’INTELLIGENCE ARTIFICIELLE
L’intelligence artificielle trouve son origine dans la cybernétique de Wiener qui consistait à reproduire le cerveau humain. Selon Éric Sadin, ce concept a évolué au fil du temps. Cette intelligence a ensuite eu pour vocation de pallier l’insuffisance intellectuelle de l’Homme et de lui apporter des solutions optimales. Aujourd’hui, l’auteur considère que ce concept est dépassé. En effet, l’intelligence artificielle est considérée par ce dernier comme une forme de “sur-moi”. Il s’agit maintenant de concevoir un cerveau plus intelligent que celui de l’Homme. Selon lui, l’intelligence artificielle représente la puissance politique mondiale du XXIème siècle puisque, présente dans tous les champs de la vie, elle tente d’orienter l’action de chaque individu, de guider la décision humaine et d’apporter une vérité à chaque situation. L’auteur affirme ainsi que l’intelligence artificielle a pour objectif de “conquérir la vie entière, palier l’imperfectibilité du monde et de l'humain grâce à des systèmes d'intelligence artificielle infaillibles et omniscients”. En d’autres termes, la Silicon Valley met tout en œuvre pour concevoir une intelligence ayant la faculté de détecter toutes les pensées et les sentiments des individus. Elle permet de prévoir et d’anticiper les besoins de l’homme, et cela avant même que celui-ci en prenne conscience. Cependant, il convient de souligner que l’intelligence artificielle possède certains effets néfastes tels que la dépendance de l’Homme à son égard.

L’intelligence artificielle et l’omniprésence des algorithmes d’aide à la décision conduisent à une dépendance, à une annihilation des choix qui tendent à faire perdre à l’humain sa prise de décision et sa capacité de jugement. Or, la société tente de légitimer l’intelligence artificielle par l’argument de la complémentarité : l’intelligence artificielle n’est pas là pour brider l’Homme mais pour l’aider dans sa vie quotidienne. Elle apparaît finalement comme une “vérité suprême” surpassant l’Homme.

INDUSTRIE DE LA VIE
Éric Sadin aborde de manière explicite l’apparition d’une nouvelle forme de capitalisme : le “technolibertarisme”. Ce dernier est le résultat de la technoscience combinée aux systèmes économiques du capitalisme et du libéralisme. Ainsi, l’émergence de cette instance est intimement liée à ce que l’auteur nomme “ l’industrie de la vie”, ayant pour objectif de combler les manquements du libéralisme, et de contrôler tous les champs de notre vie. L’essence même du technolibertarisme repose sur les objets connectés et sur les nouvelles technologies qui permettent d’automatiser les comportements et de priver les individus de leur sentiment de liberté. En effet, les grandes entreprises du numérique exercent depuis de nombreuses années une collecte massive de données à caractère personnel, notamment à l’aide d’objets connectés. Ainsi, les consommateurs sont victimes d’une véritable intrusion de leurs vies privées. De fait, “l’industrie de la vie” témoigne de la volonté propre du technolibertarisme : celle d’influer sur la “psyché humaine” à travers son infiltration dans nos pratiques comportementales.

EXCLUSION DE L ’ACTION HUMAINE
Le technolibertarisme conduit à automatiser notre rapport au monde et, par extension, le monde dans sa globalité. Ainsi, ce dernier tend à devenir un système de gouvernance omniprésent gérant les moindres orientations de nos vies, altérant ainsi les systèmes politiques déjà préexistants. Cette omniprésence est légitimée par la vocation de “faire du monde un endroit meilleur”, et ainsi rectifier, à travers l’innovation, la défectuosité de l’être humain. Ainsi, la puissance du technolibertarisme réside dans sa capacité à s’infiltrer dans nos pratiques quotidiennes, conduisant inexorablement à corriger nos failles, et, tel un précepteur, à nous guider vers l’amélioration de nos existences. L’individu, alors assisté et guidé à travers des systèmes algorithmiques, finit par être dépossédé de toute sa capacité d’action et de décision. L’auteur insiste cependant sur les motivations profondes de cette assistance omniprésente : celles du profit et de l’intérêt économique. Dès lors, l’auteur souligne l’ambition propre de ce modèle industrialo économique visant à générer du profit, notamment par la stratégie de disruption.

PHENOMENE DE DISRUPTION ET DE RUPTURE DE L ’INNOVATION
A travers l’innovation, la Silicon Valley aspire à tirer profit du moindre de nos gestes. Cependant, il est nécessaire de souligner que l’auteur ne qualifie pas cette innovation comme étant conforme à son entité propre, celle, “d'introduire une nouvelle chose”. Au contraire, cette dernière est définie comme étant, une “innovation de la rupture”, également appelée “stratégie de disruption”. En effet, Éric Sadin met l’accent sur la pluralité des ingénieurs qui, ne développant plus de techniques novatrices, s’adaptent aux innovations déjà existantes et font preuve d’une vision mécaniste de l’innovation. L’innovation de la rupture représente alors la duplication d’une innovation dans un autre domaine ou secteur d’activité. En effet, ce phénomène de disruption permet aujourd’hui à quiconque de pouvoir accéder au statut « d’entrepreneur ». Le technolibertarisme, notamment au travers des startups, amène une nouvelle façon de voir l’entrepreneuriat et plus largement l’entreprise.

MANIPULATION ET PROPAGANDE POUR « ŒUVRER AU BIEN DE L’HUMANITE »

MANIPULATION DES ESPRITS
A l’origine, les objectifs de la Silicon Valley sont de “faire du monde un endroit meilleur” et d’œuvrer “au bien de l’humanité”. C’est notamment au nom de ces objectifs que la société voit constamment apparaître de nouvelles applications dites “innovantes”. Si l’on en croit les entreprises de la Silicon Valley, ces applications ont pour but de faciliter le quotidien et de répondre à nos besoins. Cependant, d’après Éric Sadin “ “vouloir faire du monde un endroit meilleur” constitue une déclaration d’intention aussi vide qu’ “aime ton prochain”. Dans cet ouvrage, il démontre que l’intérêt de ces grandes entreprises du numérique n’est pas de “faire du monde un endroit meilleur” mais au contraire de tout automatiser et d’orienter la vie des personnes en fonction de seuls intérêts privés. Selon l’auteur, l'économie du numérique institue à terme “une marchandisation intégrale de la vie autant qu'une organisation automatisée de la société”.

Il précise également que la Silicon Valley ne répond pas à un projet politique, et que si cette dernière produit des conséquences politiques elle ne constitue en aucun cas un programme politique propre.

MANIPULATION POLITIQUE
Cependant dans cet ouvrage, Éric Sadin met en lumière l’influence et le pouvoir que possèdent les grandes entreprises du numérique sur les responsables politiques de notre société. En effet, il démontre que dans l’esprit des politiciens, l’expansion du numérique peut être utilisé comme un moyen permettant de pallier la situation économique et les différents problèmes sociaux dont souffre actuellement notre société. Pour illustrer ce propos, Éric Sadin utilise notamment l’exemple du domaine de l’éducation qui subit depuis quelques années une introduction massive du numérique dans les systèmes d’apprentissage. En effet, l’auteur démontre que les responsables politiques n’hésitent pas à introduire le numérique dans n’importe quels domaines de la vie. Au travers de cet exemple, Éric Sadin tente de prouver que le numérique entend façonner une grande partie de la société et que cela est notamment rendu possible par l’intense politique de lobbying que mène l’industrie du numérique sur les gouvernements. En France, certains secrétaires d'État au numérique dont de fervents partisans du siliconisme. En effet, ils ne cessent de se réjouir du modèle de la French Tech, en faisant preuve d’une ignorance ou d’une indifférence manifeste à l'égard de toutes les conséquences induites par ce modèle.


EXPANSION DU NUMERIQUE : NAISSANCE DE NOUVELLES PSYCHOPATHOLOGIES

Dans cet ouvrage, Éric Sadin met également en avant les psychopathologies qui ont émergées avec l'avènement du numérique.

LE « SYNDROME DE SHERLOCK »
La première pathologie qu’évoque l’auteur est celle du “syndrome de Sherlock” aussi appelée « la névrose du temps réel ». Le temps réel désigne à l’origine le fait d’effectuer un ordre ou une commande sur un ordinateur et d’en recevoir le résultat quasiment immédiatement. Cependant, ce phénomène s‘étend aujourd’hui à la vie quotidienne. Il s’agit selon Sadin d’une « démocratisation du contrôle ». En effet, la technologie permet d’analyser mais surtout de contrôler tous les paramètres d’une situation réelle. Cela offre notamment un rapport plus détaillé de la réalité, et renforce le désir de contrôle puis le transforme en une obsession, une névrose.

L’« ADDICTION AU NUMERIQUE »
Dans un second temps, Éric Sadin évoque une nouvelle pathologie : l’« addiction au numérique ». De nos jours, les individus sont hyper-connectés et ressentent le besoin perpétuel d’utiliser les nouvelles technologies (vérifier des mails, envoyer un message, s’informer de l’actualité) et d’y publier des informations personnelles. De fait, Ils assistent à une numérisation de leur vie privée. L’individu s’exprime librement, il maîtrise sa vie sociale à l’aide de nouveaux appareils numériques et ne ressent aucunes contraintes financières. L’auteur explique que tous ces facteurs induisent une impression de surpuissance chez l’individu. Ces éléments et cette addiction à la connexion transforme chaque personne, à son insu, en une sorte de “petit tyran enivré par un soudain et croissant gain de pouvoir”.

ENTREPRENEURS SUPER-HEROS
De plus, Éric Sadin met en avant un problème identitaire chez les entrepreneurs qu’il nomme « l’entrepreneur super-héros ». En effet, l’auteur met en exergue plusieurs points communs entre les entrepreneurs de la Silicon Valley et les « super-héros ». Premièrement, à l’instar des super-héros, les entrepreneurs de la Silicon Valley veulent œuvrer pour le bien de l’humanité tout en restant proche des individus. De plus, leur style vestimentaire est comparé aux costumes traditionnels des super héros. En, effet, ils leur permettent de se différencier des entrepreneurs classiques mais également de véhiculer une image positive et accessible. Les nouveaux entrepreneurs possèdent un style vestimentaire similaire à celui de leur consommateur influençant ainsi la perception et l’objectivité de ces derniers. Au travers de cette manipulation, les entrepreneurs siliconiens se persuadent d’être surpuissants et d’agir pour le bien commun et tombent alors dans une sorte d'imaginaire démesuré.

LE DELIRE DE LA SINGULARITE
Enfin, Éric Sadin soulève une dernière “pathologie” en pleine expansion chez les entrepreneurs de la Silicon Valley : “le délire de la singularité” ou “la furie du transhumanisme”. En effet, au-delà de leur volonté de contrôler tous les pans de la vie, les entrepreneurs siliconiens désirent aller plus loin en contrôlant également la Mort, par la conquête de la vie éternelle.

AVIS ET MISE EN PERSPECTIVE

Tout d’abord, nous pourrions dire de cet ouvrage qu’il est intéressant et impactant, car il permet notamment de découvrir certains phénomènes sociétaux liés aux dangers que comporte le numérique.

Cependant, le début de l’ouvrage nous a semblé difficile à saisir lors de la première lecture car l’auteur expose beaucoup de faits historiques. Toutefois, le reste de l’ouvrage reste accessible et compréhensible car Éric Sadin expose clairement ses arguments et les illustrent à l’aide d’exemples actuels, nous permettant de saisir toutes les dimensions importantes. Nous avons également pu remarquer une redondance de certains arguments et exemples comme c’est notamment le cas du nazisme que l’on retrouve dans plusieurs chapitres de l’ouvrage.

Tout au long de cette œuvre, Éric Sadin expose clairement son opposition au numérique, aux objets connectés et à l’intelligence artificielle. En effet, l’auteur se concentre sur les aspects négatifs que comportent les nouvelles technologies, ce qui a tendance à influencer l’objectivité du lecteur.

Destaques

Rui Alexandre Grácio

«Berceau des technologies numériques (Google, Apple, Facebook, Uber, Netflix, etc.), la Silicon Valley incarne l’insolente réussite industrielle de notre époque. Cette terre des chercheurs d'or, devenue après guerre le cœur du développement de l’appareil militaire et de l'informatique, est aujourd’hui le lieu d'une frénésie innovatrice qui entend redéfinir de part en part nos existences à des fins privées, tout en déclarant œuvrer au bien de l'humanité.
Mais la Silicon Valley ne renvoie plus seulement à un territoire, c'est aussi et avant tout un esprit, en passe de coloniser le monde. Une colonisation d’un nouveau genre, portée par de nombreux missionnaires (industriels, universités, think tanks...), et par une classe politique qui encourage l'édification de valleys sur les cinq continents, sous la forme d'écosystèmes numériques et d’incubateurs de start-up.
Après avoir retracé un historique de la Silicon Valley,ce livre,à la langue précise et élégante, montre comment un capitalisme d’un nouveau type est en train de s’instituer, un technolibéralisme qui, via les objets connectés et l'intelligence artificielle, entend tirer profit du moindre de nos gestes, inaugurant l’ère d’une «industrie de la vie ». Au-delà d’un modèle économique, c’est un modèle civilisationnel qui s’instaure, fondé sur l’organisation aigorithmique de la société, entraînant le dessaisissement de notre pouvoir de décision. C’est pour cela qu’il est urgent d’opposer à ce mouvement inexorable d’autres modalités d'existence, pleinement respect de l'intégrité et de la dignité humaines.» (da contracapa)

«Ces dernières années, nous avons beaucoup examiné les algorithmes, probablement avons-nous accordé trop d’importance à la mécanique dans ses détails, aux suites d’équations qui orientent toujours plus profondément nos gestes, sans considérer dans le même temps la cartographie des jeux de pouvoir et d'influence qui se déroulent sur un plan d’ensemble. Il convient de lever le nez du guidon, et d'analyser les processus par lesquels le technopouvoir cherche à administrer tous les secteurs de la société, à développer une «industrie de la vie», en bénéficiant de nombreux soutiens, prioritairement celui de la classe politique. Cette complicité active, indifférente à l’assentiment en pleine conscience des citoyens, représente un affront démocratique qui appelle tant l'analyse critique que la mobilisation et la confrontation.» (p. 35)

«Or, ce qui caractérise la nature de l'intelligence artificielle actuellement en expansion, ce n’est pas cette capacité à dupliquer nos ressources imaginatives, créatives ou ludiques, pour chercher finalement à les dépasser, mais son aptitude à outrepasser sans commune mesure la puissance cérébrale et cognitive humaine sur certaines taches spécifiques, en vue d'assurer la gestion d'activités existantes ou nouvelles de façon infiniment plus rapide, optimisée et fiable.» (pp. 96-97) 

«Loin de cette vision erronée, apocalyptique et spectaculaire, ce n’est pas l'extinction de la «race humaine» qu'instaure la Weltanschauung siliconienne, mais plus précisément et bien plus sournoisement l'éradication de la figure humaine. Soit la«mort de l'homme», celui du xx siècle, certes envisagé comme un être agissant, mais qui, pour son bien et celui de l'humanité tout entière, doit désormais se dessaisir de ses prérogatives historiques pour les déléguer à des systèmes autrement plus aptes à parfaitement ordonner le monde et à lui assurer une vie débarrassée de ses imperfections.» (p. 103)

«Non, il consiste seulement à instituer une organisation automatisée du monde par le biais de systèmes algorithmiques régulant le cours des choses et dégageant des horizons virtuel- lement infinis de profits. C'est là que se situe la singularité du technolibertarisme, qui dissout progressivement tous les fondements historiques de l’économie et du politique. L'ontologie technolibertarienne consiste à disqualifier l'action humaïne au profit d’un «être computationnel» jugé supérieur. Son efhos économique brise tout principe d’intégrité, et entend s'adosser à la vie, faire corps avec elle et capitaliser sur chacun de nos souffles. Sa philosophie politique fait office d’une a-politique ou d’une techno-politique, voulant définitivement congédier le politique, entendu comme la libre capacité des individus et des peuples à décider, en commun et dans la contradiction, de leur destin.» (p. 108)

«Le projet siliconien voulant faire du monde un «endroit meilleur» se réalise grâce au «care» de l'intelligence artificielle, prenant soin des sujets, les protégeant, leur garantissant le meilleur de ce à quoi ils peuvent s'attendre. Propension anthropologique des individus à se laisser porter, qui remonte à l'enfance, désormais prise en charge par des robots numériques, suivant un schéma quasi régressif (…)» (p. 130)

«Le temps réel ne nomme pas seulement une structuration technique qui a soudainement évolué, s'extrayant du seul milieu des ordinateurs pour maintenant s'exercer dans divers champs de la vie. Il renvoie à une condition anthropologique en émergence, qui entend tout contrôler, ne rien abandonner à l’incertitude ou au hasard, libérant la volonté d'asseoir une domination absolue, non plus sur la nature, comme il était dit autrefois de la science, mais sur le cours des choses.» (p. 175) 

«Mais un contrôle d'un nouveau genre, plus prégnant, ne se nourrissant plus seu- lement d'archives -anciennes ou récentes-, mais de l'état du réel à l'instant où il se forme, se défaisant peu à peu de toute forme d’opacité jusque-là structurellement constitutive de l’expérience. On peut appeler cela une «transparence permanente de la vie vécue au présent et par tous». (…)
Et l’on pourrait rajouter: lorsque les sociétés dans leur ensemble cherchent à se débarrasser du sensible au profit d'une organisation algorithmique orchestrée en temps réel, alors c'est notre «âme collective» qui pourrait tout autant «devenir comme démente». » (pp. 176-177)

«(…) mais d'une dynamique pulsionnelle aspirant à la toute-puissance.
Et le propre du pulsionnel, c’est de contester toute limite. » (p. 182)

«Ensuite et surtout, parce qu'il touchait à la catégorie biologique et métaphysique majeure, soit la vie et son pendant indissociable: la mort. Le transhumanisme affirmait rien de moins que la possibilité de bientôt l’annihiler et de réaliser le fantasme humain ultime: l'accès à l’éternité.» (p. 189)

«Aujourd’hui, un malaise d’un nouveau genre apparaît, ildécoule de cette tension permanente entre sensation de puissance et constat de la dépossession de soi. (…)
Néanmoins, ce nouveau malaise - au contraire de celui identifié par Freud qui était irrésoluble au risque de faire s'effondrer toutes les structures de la société - peut être traité. Cette option ne dépend que de nous. L'irresponsabilité serait de nous en détourner. Il nous faut faire échec à ce projet de civilisation qui entend instaurer une organisation toujours plus robotisée de la vie, et nous ressaisir de notre droit naturel à exercer notre faculté de jugement et notre libre pouvoir de décision. On peut sobre- ment, mais avec une ferme conviction, appeler cela une salutaire et impérieuse politique de nous-mêmes.» (p. 212)

«Exigence qui n'a rien à voir avec les «humanités digitales». Notion vide de sens qui est apparue au cours des années 2000 et qui détermine de nouvelles pratiques se généralisant au sein de l'Université. (…) Mais ce ne sont pas là des humanités, ce sont des statistiques permettant de visualiser certains faits. Il s’agit d'une usurpation du terme et d’un symptôme qui témoigne plus largement d’une troublante et progressive mathématisation des sciences sociales.
Car qu'est-ce qui se joue dans ces pratiques ?Une dimension strictement utilitariste du rapport à la connaissance. » pp. 250-251)

«L'importance sans cesse croissante des écrans dans nos sociétés depuis les années 1990 s'inscrit dans la longue lignée historique occidentale ayant accordé un privilège suprême à la vue, considérée comme le sens majeur supposé assurer la plus grande maîtrise des choses. (…) Dans nos sociétés si régulées, visant le contrôle et l’optimi- sation de toute situation, l'usage délibéré et revendiqué de nos sens revient à mettre à distance ces logiques toujours plus domi- nantes etasphyxiantes. Ilrevient àaccepter lapart d'incertitude, d'inattendu, d’ambiguïté propre au réel, et à admettre qu’il nous excède, finissant toujours par se dérober à notre acharnement
à tenter de le contenir. C’est ce réel-là qui constitue le fond de notre condition. Il appelle l’engagement de l'action dans le | risque, permettant in fine d'exercer sa responsabilité et de se. réaliser en tant qu'être singulier et autonome.» (pp. 259-261)

«Car la limite, c’est à la fois la conscience et la preuve sans cesse renouvelée que nombre de choses nous excèdent et que le réel ne peut s'ajuster à tout instant à notre volonté. (…)
Généralement, les limites sont franchies sous l'effet de trois poussées. La soif débordante de pouvoir, qui conduit à se four- voyer dans des actions méprisant les normes en vigueur en vue d'arriver à ses fins. L'avidité, qui pousse à ne plus se soucier des règles, à abuser des autres et à dissimuler des faits répréhensibles. Et, plus rarement, le refus d'accepter sa finitude, manifestant une sorte de « révolte métaphysique » à vouloir outrepasser la condition humaine, à l'instar du personnage de Faust. Trois pulsions qui agissent, la plupart du temps, indépendamment les unes des autres, qui parfois voient les deux premières se super- poser et, lors de cas exceptionnels, les trois marcher de concert. Or, c'est exactement à la conjugaison de ces trois ambitions que procède le technolibertarisme :volonté de toute-puissance, névrose de l'enrichissement perpétuel et déni de l’imprévisibilité du réel et de la mort.» (pp. 266-267)

«Elles témoignent de la volonté d’agir conformément au principe de l’illimité (…)» (p. 269)

«Nous devons œuvrer à un nouvel humanisme fondé sur la disposition singulière de chacun à enrichir le bien commun, qui fasse du respect de l'intégrité et de la dignité humaines, mais aussi de la diversité de notre environnement, sa charte fondamentale. (…) C'est la condition de l'exercice de notre liberté, mais sans que jamais nous ne confondions le ravissement d’être debout et d'exprimer toute notre puissance d'exister avec le fait de nous laisser dévorer par nos propres ambitions pour finir par emporter les autres, ou l'humanité tout entière, dans notre démesure. Soit le fait de faire scintiller, seul ou avec ses semblables, à partir de la conscience du tragique de notre condition, toutes nos virtualités, témoignant de la richesse irréductible et inépuisable de chaque vie humaine et de notre amour infini de la vie.» (pp. 271-272)

logos%20cllc

Última atualização em 9 de abril de 2025